segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

PRAZER EM CONHEECÊ-LO, EU SOU MAÇOM.

 
“... do momento em que todos os ponteiros do relógio encontrarem-se em seu ponto mais alto, até completar-se o ciclo que os levará a mesma posição, os homens livres e de bons costumes estarão de pé e a ordem”.
(Um irmão chamado Joseph Smith – Cesóstre Guimarães de Oliveira)


É comum às pessoas leigas e até mesmo a alguns outros que se dizem bem informados, afirmarem que a Maçonaria é uma organização religiosa. Ao longo de meus dias tenho presenciado líderes dos vários seguimentos da fé, agindo de forma contraditória ao bom senso, e tudo, segundo eles em defesa de suas crenças. Na verdade, estas pessoas agem motivadas unicamente pela ignorância, que a partir de suas idéias e interpretações geram toda esta celeuma de conflitos (Téo) ideológicos, onde homens (e mulheres), que se julgam detentores totalitários da verdade, patrocinam o preconceito ainda hoje existente contra nós maçons.
Embora nós maçons sempre estejamos a afirmar que Maçonaria não é religião (e não tem nenhuma pretensão de ser), facilmente podemos encontrar uma dúzia daqueles que estão havidos por nos rotular como mais um seguimento religioso. Existem também aqueles mais afoitos, que vão além, e nos rotulam de “seita” no sentido mais pejorativo da expressão. Em nossa defesa repito aquilo que já vem sendo dito ha muito tempo por todos os maçons, somos religiosos, mais não uma religião. Quando um candidato trilha os caminhos da iniciação é requerido a ele, como demonstração de sua religiosidade que deposite sua confiança em Deus.
Nós maçons ao nos referirmos ao criador de tudo optamos por usar o título de Grande Arquiteto do Universo, pensamos assim estar respeitando a divindade que cada ser humano cultua, quando um cristão se refere ao Grande Arquiteto do Universo tão somente ele estar a fazer referencia ao Deus cristão, da mesma forma age o seguidor do islamismo ou de qualquer outro seguimento da fé.
Quando confundem nossa religiosidade com religião, não se apercebem que não somos mais religiosos do que o Rotary Clube ou qualquer outra organização social. Embora os nossos rituais em alguns momentos façam referencias ao espiritual, nossas práticas não criam ou tentam explicar dogmas que possam vir a caracterizar uma religião. Não somos partidários de nenhuma fé, e respeitamos a todas. Nunca discutimos religião ou abordamos qualquer outro tema que venha a gerar conflitos em nossas reuniões, cada maçom é livre para arbitrar sobre suas decisões políticas e/ou religiosas sem as trazer para dentro de nossos templos, isto nos permite conviver de forma pacifica. No entanto é fundamental para Maçonaria que cada homem ao ser iniciado professe sua crença no Ser Supremo.
Ao receber um candidato, esperamos que o mesmo seja um individuo moralmente limpo e puro, respeitamos a sua fé e nunca a questionamos, inclusive cada iniciado assume seus compromissos com a fraternidade maçônica, com a lei e com a justiça tendo sua mão sobre o Livro Sagrado da fé que professa (em meu caso fiz meus juramentos sobre o Livro de Mórmon), este respeito que constantemente a maçonaria tem demonstrado pela fé do iniciando é que nos permite assumir nossos compromissos e trilhar os passos de um dedicado maçom.
Aqueles que vêem na maçonaria uma religião secreta, mais uma vez agem motivados pelo “achismo” de alguns escritores maldosos que com freqüência distorcem a verdade visando vender sua mercadoria que é a mentira e a injuria. Rebatendo as afirmações fantasiosas que nos acusam de sermos secretos, lembro a aqueles que assim pensam que todos os nossos templos têm endereços reconhecidos pela comunidade, temos adesivos em nossos automóveis que nos identificam facilmente, qualquer leigo reconhece o esquadro e o compasso como símbolos da maçonaria onde quer que eles estejam colocados, estes que são os símbolos mais comuns usados por nós maçons, estão em nossas gravatas, broches, prendedores de gravatas, brincos de nossas esposas, relógios, etc.
Como podemos ser secretos se todos sabem onde estamos, em que dia e hora nos reunimos? A estes eu digo, que somos sigilosos, preservamos coisas que para nós tem valores que transcendem os valores aplicados aos metais, neste ponto não diferimos dos primeiros cristãos quando preservavam dos olhares curiosos rituais que hoje são rotineiros a qualquer pessoa. Antes de nos acusar de adoradores do maligno, e inimigos de Deus, as pessoas deveriam nos conhecer melhor, afinal somos todos pessoas devotadas às religiões. Para ratificar o que digo, reclamo como testemunha de nossas benfeitorias em prol da humanidade, os vários líderes religiosos que cá também ingressaram. Entre tantos posso citar Joseph Smith Junior (meu irmão de fé, precursor do mormonismo), Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo (o Padre Mororó), Charles Taze Russell (fundador das Testemunhas de Jeová), existem muitos outros, inclusive na atualidade, mais não os citarei aqui, citei estes somente para exemplificar que nada justifica o preconceito do qual temos sido vitimas por parte de alguns religiosos, e também para ilustrar o porquê da necessidade de tomarmos tanto cuidado ao admitirmos um novo membro, já que apenas buscamos homens íntegros, e que coloquem os interesses da humanidade acima dos interesses pessoais, somos filantropos, a caridade é nosso lema, nossa existência se resume em fazer justiça, levantar templos a virtude e enterrar nas masmorras da vida o vício que tantos têm aprisionado.
Somos todos homens de caridade, mais lembro que fazer caridade é algo que vai além da vontade ou de um sentimento bom, envolve gastos e isto requer dinheiro, não podemos dizer a alguém que tem fome somente algumas boas palavras e com isto pensar que saciamos todas as suas necessidades. Em função dos elevadíssimos custos da verdadeira caridade nenhum candidato precisa ser rico para ser iniciado maçom, mas, o neófito deve ter condições financeiras para honrar os compromissos gerados a partir de sua iniciação como também para ocasionalmente participar de ações sociais filantrópicas que são tão comuns aos maçons, sem com isto privar sua família de ter suas necessidades básicas atendidas. Por tudo isto é que digo; PRAZER EM CONHEECÊ-LO, EU SOU MAÇOM.
Cesóstre Guimarães de Oliveira
M\M\
Loja Maçônica Humanidade e Concórdia nº 2851
GOB no Maranhão

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O PAINEL DO APRENDIZ




Quando nos deparamos com o Painel do Aprendiz, percebemos de imediato que se trata da representação ideal de uma Loja Maçônica, com todos os elevados conhecimentos e instrumentos de trabalho que compõem o Grau de Aprendiz Maçom, que nos remetem aos tempos da Maçonaria Operativa e da construção dos Grandes Templos da Humanidade, como o Templo de Salomão.

Herdamos, desta forma, o antigo conhecimento dos nossos antepassados operativos através dos símbolos de sua ciência secreta e de sua magnífica arte de construir, que hoje orientam a Maçonaria especulativa e filosófica.

Apesar de sermos hoje uma Sociedade de Livres-Pensadores em busca da Virtude, da Verdade e da Perfeição, somos todavia e acima de tudo pedreiros e, os símbolos que herdamos de nossos antepassados ainda constituem o corpo e a alma de nossa Sublime Ordem: cada símbolo constante no Painel do Aprendiz tem uma profunda e universal significação, muito mais eloqüente que palavras, muito mais antiga que qualquer filosofia. Toda Loja, portanto, é um Templo como um todo e, em seus detalhes, simbólica, fruto da observação da Natureza, que forneceu ao homem o modelo para os primeiros templos erigidos à Divindade.

A organização do Templo de Salomão, os ornamentos simbólicos que representaram seus principais adornos, tudo isto tinha por referência o Universo, assim como o era compreendido pelos mais altos iniciados da Antiguidade.

O próprio conceito “Maçonaria” é simbólico. A semelhança do desenvolvimento do caráter humano e da evolução espiritual através do simbolismo da arte de construir e do desbastar a Pedra Bruta é um antigo símile encontrado em várias culturas ancestrais. Ignorar tais ensinamentos seria ignorar o próprio fim de nossos trabalhos e esforços. Buscar impor definições a cada um dos símbolos constantes do Painel seria talvez uma ofensa a toda a grandiosidade de nossas instruções, bem como uma ofensa ao Livre-Pensamento que defendemos, pois facilmente poderia se resvalar à escuridão do dogma e das verdades absolutas. Entretanto, é cediço que toda ciência tem seus símbolos e que muitas vezes eles falam por si sós; mas a transmissão de conhecimentos através da linguagem é também indispensável para o nosso desenvolvimento. Muitas vezes os Mestres nos falam em suas instruções, mas nunca para explicar ou desvendar tais símbolos e sim, para apenas nos guiar em busca da verdade encerrada em seus significados.

Assim, o Painel do Aprendiz é a síntese esotérica, histórica e filosófica do Primeiro Grau; É o mistério que esteve escondido dos séculos e das gerações profanas, sendo o elo de ligação entre os três estados do tempo: o passado, representado pela lembrança de nossos antepassados operativos e seus avançados conhecimentos científicos; o presente, pelo nosso trabalho árduo e diário para a construção de um edifício moral sólido e também para conciliar o conhecimento das gerações passadas com a geração atual em nossas Oficinas, e, por fim, o futuro, representado pelos mais elevados ideais humanos que a Maçonaria se propõe a guiar com sua Luz e seus ensinamentos.

Todos os instrumentos de Trabalho do Aprendiz Maçom são ilustrações, pois, de instrumentos de transformação da Natureza e do meio-ambiente. Isto em sua abordagem absolutamente material e profana. Por outro lado, são elementos que através do estudo e da meditação nos levam às transformações morais e espirituais. Alguns, por sua natureza, pedem para o seu desenvolvimento, a Força. Outros, mais precisos e delicados, requerem Sabedoria e Conhecimento para o seu correto manuseio.

Entretanto, todos estes artefatos, nos conduzem através do esforço e dedicação à Beleza e à Perfeição, representando o Homem que, em sua caminhada, saiu das cavernas escuras de sua natureza original, rude e grosseira, para habitar os Templos iluminados, simétricos e harmônicos da eterna e sagrada Ciência Maçônica.



Mohamad Ghaleb Birani, A:.M:.
A:.R:.L:.S:. Octacílio Schüler Sobrinho n.º 105, Oriente de Águas Mornas/SC, Brasil

domingo, 23 de janeiro de 2011

A IMPORTÂNCIA DO PENSAR E CONHECER-SE NA MAÇONARIA

O Ser humano distingue-se dos demais animais pela capacidade de processamento de informações através do ato de pensar.

Pensar é formar idéias na mente, é imaginar, considerar ou descobrir. O filósofo René Descartes disse: “com a palavra pensar entendo tudo o que sucede em nós, de tal modo que o percebemos imediatamente por nós mesmos: portanto, não só entender, querer, imaginar, e sim também sentir é o mesmo que pensar”. Pensar estabelece relações, as conceitua e encontra um significado para elas. Formar relações entre vários conceitos é julgar. Estabelecer o significado de vários conceitos é raciocinar. Assim o ato de pensar implica três funções básicas: conceituar, julgar e raciocinar.

O pensador mexicano Antônio Caso dizia: "liberdade é pensamento. Pensamento é liberdade. Na essência do pensar está a autonomia." Partindo dessa última definição de que na essência do pensar está a autonomia, na Maçonaria o ato de pensar está diretamente ligado ao postulado da Liberdade. Liberdade para desenvolver seus conceitos a partir dos ensinamentos recebidos, porque somos livres e autônomos para falar e assumir posições, sem afastar-nos da filosofia maçônica e de seus princípios.

Filosoficamente, a Maçonaria mostra ao homem-maçom que ele tem um compromisso consigo mesmo, com o seu pensar, o que fazer de sua própria existência. Pois, quando o homem prescinde de si mesmo, de seus deveres, quando o homem abre mão da sua liberdade, da quantificação do seu Eu, quando o homem esquece de si próprio, está a negar-se como Ser.

Como a intenção desta prancha não é a de aprofundar a busca filosófica da arte real, vamos ao objetivo do pensar e o conhecer-se na Maçonaria, especialmente ao Primeiro Grau.

O Primeiro Grau se estereotipa no “conhece-te a ti mesmo”, divisa escolhida por Sócrates. O grande pensador ensina ao maçom-aprendiz que a primeira coisa a fazer é aprender a pensar. Aprendendo a pensar aprende-se a conhecer, a discernir, a falar. Aprendendo a pensar encontraremos, sem dúvida, meios e modos que facilitam a busca, a procura, a investigação, o ponto de chegada.

Assim, nesse vai-e-vem do pensar, nesse vai-e-vem da busca, o Aprendiz, introspectivamente, passará a conhecer-se melhor.

Conhecer é descobrir o Ser. Assim para o aprendiz, o descobrimento do Ser é o auto conhecimento e deve levá-lo à introspeção, à análise da sua forma de vida antes da iniciação. Estabelecendo a partir de então os limites entre o profano e o iniciado, corrigindo as eventuais falhas de construção de seu edifício, passando a pensar e agir dentro dos limites estabelecidos, que pode significar simbolicamente o nascimento do novo Ser.

O Maçom estará pronto para a busca dos conhecimentos da Ordem a partir do auto conhecimento e da “morte” dos resquícios contrários à filosofia maçônica inerentes ao profano.

“Conhece-te a ti mesmo” nos leva à conclusão de que se não praticarmos o conhecimento de nós mesmos, se não nos propusermos a esmiuçar o nosso espírito com o objetivo de melhorá-lo, com a intenção de aperfeiçoar nosso intelecto, não projetaremos em nós uma melhoria moral, não conseguiremos desbastar a Pedra Bruta. O Primeiro Grau é onde utilizamos com maior propriedade os sentidos da visão e da audição. Com eles desenvolvemos o Pensar, estabelecemos relações e comparações que formarão os alicerces do desenvolvimento e nos ajudarão nos passos seguintes da caminhada. Lembrando que todos iniciamos na Ordem pela coluna do Sul, no primeiro grau, e cada um tem seu momento de despertar, porque não existe prazo determinado para o seguimento da jornada. O que deve acontecer é a maturação do iniciado, uma etapa de cada vez, um degrau após o outro, e mesmo assim sem jamais deixar de ser Aprendiz, sem jamais deixar de utilizar os sentidos da visão e da audição com sabedoria. Cada degrau da escada de Jacob inexiste sozinho, ele sempre será o resultado do somatório do conhecimento adquirido nos degraus anteriores.

Pratique o Pensar para conhecer-se, para então buscar o diferencial, a formatação do novo Eu através do conhecimento, para a transformação, para o renascimento, para a prática da verdadeira maçonaria.

A intenção desta prancha é a de incentivar os irmãos para o Pensar, o conhecer-se, que é na minha opinião a primeira grande instrução do grau, para então desbravar, investigar a verdade através da leitura, da interpretação dos símbolos e alegorias, e da troca de experiências com os outros irmãos.


Gilson Alves, M.’. M.’.
Instrução apresentada em Sessão Grau 1 – 25 de maio de 2006. A .’. R.’. L.’. S.’. Plácido de Castro, Brasil.