terça-feira, 16 de agosto de 2011

20 DE AGOSTO, DIA DO MAÇOM BRASILEIRO

Por vezes perguntamos. O que tem levado tantos homens, no mundo inteiro, a abraçar esta Instituição, seguir e difundir seus princípios?
Acreditamos que o motivo fundamental é porque confiamos nos principios sobre os quais ela foi construída: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Crer nos ideais de buscar a perfeição e praticar a beneficência. Aperfeiçoar-se e servir.
Há a lição da irmandade. O sagrado sentimento de união entre os Irmãos, que nos traz a cada sessão e nos faz permanecer num fraterno e imorredouro abraço.
Homens de bons propósitos, perseguindo, incansavelmente, a perfeição. Homens preocupados em ser, em transcender, num preito à espiritualidade e a crença no que é bom e justo. Pregam o dever e o trabalho. Dedicam especial atenção à manutenção da família, ao bem estar da sociedade, à defesa da Pátria e o culto ao Grande Arquiteto do Universo.
Temos perfeita consciência de nosso papel social e da importante parcela de responsabilidade na missão de transformar o mundo, modificando, aprimorando as coisas que nos cercam.
Porque o dia 20 de agosto é considerado o Dia do Maçom no Brasil?
“Em setembro de 1918, o Irmão Antenor de Campos Moura, então Venerável da Loja “Fraternidade de Santos”, propunha ao Grande Oriente do Brasil a instituição do “Dia do Maçom”, que seria comemorado não só como um dia de festa, mas também como um dia de beneficência e de caridade.
Na data fixada, as Lojas de todo o Brasil deveriam realizar uma sessão que fosse Econômica, ou Magna de Iniciação, ou branca; não deveria ser exigido que se cumprisse um programa arcaico e muitas vezes despido de interesse.
Cada Loja que fizesse uma reunião como bem entendesse. Qualquer data poderia ser para o “Dia do Maçom”; a data poderia ser aquela em que esse projeto fosse aprovado.”
Posteriormente foi fixada a data de 20 de agosto, sendo aceita e comemorada por todos.
A explicação para a determinação do dia 20 de agosto baseou-se na histórica Sessão conjunta das Lojas “Comércio e Artes” e “União e Tranqüilidade”, no Rio de Janeiro, onde o Ir∴ Gonçalves Ledo pronunciara um discurso inflamado, fazendo sentir a necessidade de proclamar-se a Independência do Brasil, cuja proposição foi aprovada pelos presentes e registrada em ata no 20º dia do 6º mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de 5822, interpretado como se fosse o dia 20 de agosto.
Na realidade, autores referem um erro histórico, dada a utilização equivocada do calendário gregoriano, ao invés do calendário equinocial, utilizado para o registro da sessão, onde o ano se inicia no dia 21 de março, que leva a reunião para o dia 09 de setembro.
O que isso tem haver com a nossa Independência em 7 de setembro?
O 20 DE AGOSTO, DIA DO MAÇOM, foi escolhido, porque nessa data, que realmente a nação se tornou independente, por força e decisão da maçonaria.
E é uma efeméride nacional consagrada e, como tal, deve ser comemorada com toda pompa, pois a Maçonaria em muito contribuiu para a efetiva emancipação político-social do Brasil e os Maçons de um modo geral devem reverenciar seus membros responsáveis pelas idéias e as efetivas ações, mas sempre sabedores da verdade histórica.
- Esta data consta do art.179 da Constituição do Grande Oriente do Brasil e do art. 275 do Regulamento, ordenando a comemoração da data no dia 20 de agosto.
Desde 1923, encontra-se na BIBLIOTECA NACIONAL DO RIO DE JANEIRO, a Certidão das Atas do Grande Oriente do Brasil, de 1822, com o título DOCUMENTOS PARA A HISTÓRIA DA INDEPENDÊNCIA, VOLUME I, LISBOA – RIO DE JANEIRO, 1923 – A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA.
Neste documento, grafa quando se refere à “Ata da Sessão de 20 do 6º mês Ano 1822”, a data correspondente no calendário Gregoriano como “(9 de setembro)”.
Em 20 de agosto de 1822, foi convocada uma reunião extraordinária do Grande Oriente do Brasil por Joaquim Gonçalves Ledo , em face da ausência de José Bonifácio, Grão-Mestre que se encontrava viajando. Gonçalves Ledo seu substituto hierárquico na maçonaria brasileira, profere um eloqüente discurso, na ARLS Arte e Comércio em 20 de Agosto, onde era 1º Grande Vigilante. Expondo aos maçons presentes à necessidade de ser imediatamente proclamada a Independência do Brasil.
Por causa do discurso proferido, a proposta foi votada e aprovada por todos os presentes.
A cópia da ata dessa reunião foi encaminhada inmediatamente a D. Pedro I que se encontrava também viajando e, recebeu tal decisão às margens do riacho do Ipiranga em 7 de setembro, ocasião que o Imperador proclamou a Independência do Brasil por encontrar respaldo e mesmo determinação da maçonaria brasileira.
De qualquer maneira, vamos comemorar.
Foi também instituído, em 1994, nos Estados Unidos, o DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM, comemorado em 22 de fevereiro, data de nascimento de GEORGE WASHINGTON, o artífice principal da independência daquele país.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A Loja Maçônica Calixto Nóbrega e os seus Veneráveis Mestres


A Loja Maçônica Calixto Nóbrega nº 15 (por ter sido a décima quinta loja maçônica filiada a Sereníssima Grande Loja Maçônica da Paraíba), foi fundada em Sousa, em noite chuvosa do dia 19 de dezembro de 1952, segundo o Ir.: Lauro Mariz (data em que recebeu a sua Carta Constitutiva), tendo completado 58 anos de existência em dezembro próximo passado.
Por que o nome Calixto Nóbrega?
O Ir.: José Calixto da Nóbrega junto com o Ir.: Augusto Simões   foram os principais articuladores no estado, da criação da Grande Loja da Paraíba quando ocorreu o rompimento definitivo com o Grande Oriente do Brasil em nível nacional no dia 17 de junho de 1927.
Na época, o Ir.: José Calixto da Nóbrega, era Venerável Mestre da Loja Maçônica “Regeneração do Norte” em João Pessoa, por sinal, única Loja a trabalhar no Rito Escocês Antigo e Aceito. Calixto da Nóbrega aceitou em participar da fundação da Grande Loja da Paraíba, por movimento nacional liderado pelo Ir.: Mário Behring, ex-Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil.
Então a denominação da Loja Maçônica Calixto Nóbrega poderia ser Calixto da Nóbrega, com “da” porque sem nenhuma dúvida, o nome da oficina sousense foi em  homenagem ao Ir.: José Calixto da Nóbrega, o principal instituidor da Grande Loja da Paraíba.
A história da Loja Maçônica Calixto Nóbrega foi construída pela sociedade sousense, por todos os seus obreiros e pelos seguintes Ir.: Veneráveis Mestres, com as respectivas profissões e períodos de veneralato:
Ir.∙. Aurealino Braz - contador - 53/54
Ir.∙. Antonio de Almeida – gerente da Sanbra – 54/55
Ir.∙. Francisco da Chagas de Morais – Chico Morais – Agente Fiscal – 56/59
Ir.∙. José Barbosa de Albuquerque – agente Fiscal – 59/61
Ir.∙. Francisco Gonçalves da Silva – agente fiscal e ex-prefeito de Sousa – 61/62
Ir.∙. Antonio Marinho Correia – Dr. Marinho – odontólogo – 62/63
Ir.∙. José Maria da Silveira – agropecuarista – 63/64
Ir.∙. Severino de Sales Alves – gerente da Sanbra - 64/65
Ir.∙. Lauro Nobre Mariz – comerciante – 65/66
Ir.∙. José Gadelha Camarão – farmacêutico - 66/69
Ir.∙. Francisco Alves de Sousa – comerciante/ourives -69/70
Ir.∙. Antonio Hermes Gomes Pereira – militar – 70/71
Ir.∙. Jaime Meira Fontes – comerciante – 71/72
Ir.∙. Constantino Almeida de Alencar - bancário – 72/73
Ir.∙. José Estrela de Abrantes – bancário/BNB - 73/74
Ir.∙. Francisco Pereira Gadelha – tabelião – 75/76
Ir.∙. Eliezer Cavalcante – comerciante - 76/79
Ir.∙. Raimundo Pereira de Oliveira – advogado e professor universitário - 79/81
Ir.∙. Francisco Ferreira Sobrinho – odontólogo – 81/85 e 86/88
Ir.∙. Petronilo Pereira Filho – bancário do BNB – 85/86
Ir.∙. Misael Fernandes Neto – médico - 88/89
Ir.∙. José Soares Coelho - servidor público federal – 90/91
Ir.∙. Manuel Marcelli Sena – médico – 93/94
Ir.∙. Maurício Abrantes Soares – tabelião – 95
Ir.∙. Walmir Sabino de Matos –  comerciante - 96
Ir.∙. Manoel Pereira de Alencar – promotor de justiça e professor universitário – 97/98
Ir.∙. Olegário Francisco Pereira – servidor público estadual – 98/2001
Ir.∙. Eduardo Jorge Pereira de Oliveira – advogado e professor universitário – 2001/2003
Ir.∙. Virgílio Pinto de Aragão Neto – bacharel em direito e comerciante – 2003/2004
Ir.∙. Pedro Roberto Casimiro de Lima – empresário comercial – 2005/2007
Ir.∙. Francisco Moreira Sobrinho – Chico Moreira – agropecuarista e empresário comercial – 2007/2009
Ir.∙. Emannuel Abrantes Sarmento – servidor público estadual - 2009/2011

Em relação aos períodos de veneralato estão corretos os tempos de exercício. A questão é interna.
João Marcelino Mariz
advogado

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Conversar com Deus

 
Para conversar com Deus, primeiramente temos que fazer silêncio, tanto fora quanto dentro de nós, ... isso quer dizer que temos acalmar nosso corpo, mente, coração e alma, todo o nosso ser, tentando ao máximo esquecer dos nossos problemas, pois Deus sabe deles, Ele sabe do que realmente precisamos e o que estamos passando na vida...
 
Aí, temos que ficar de joelhos naquele silêncio, apenas à espera de que Ele cheque a tocar nosso coração, e quando Ele chega, começa a conversar, acredite, Ele conversa com a gente, através do coração... você vai ver... faça isso, é uma Paz enorme que se sente, um alívio na mente, como se um peso fosse retirado, passa até a respirar melhor...

Mas Deus não está em todos os lugares?

É claro que sim, Ele está sempre conosco, somos um, Ele jamais nos abandona! O Problema é que ficamos tão preocupados com os nossos problemas, reais e psicológicos, que Deus apenas ouve o que estamos falando, pedindo, pensando, reclamando... Mas quando dizemos um "basta" para os nossos problemas, e ficamos calmos, quietos, em silêncio mental, físico, e espiritual, Ele conversa com a gente...


Não tenha medo, Ele te entende, Ele te conhece....
Deus te Ama!!!

Pio IX - O Papa "Negro" na Maçonaria...

 
Um Papa na Maçonaria
Dentre os Papas, Pio IX destacou-se pelo ódio anticristão contra a Maçonaria.
Mostrou-se rancoroso contra a Instituição depois de Papa.
Pio IX chamava-se Giovanni Ferreti Mastai. Ele foi Maçon, tendo pertencido ao quadro de obreiros da Loja Eterna Cadena, de Palermo (Itália).
 Sob o número 13.715 foi arquivada, em 1839 na Loja Fidelidade Germânica, do Oriente de Nurenberg uma credencial de que foi portador o Irmão Giovanni Ferreti Mastai, devidamente autenticado, com selo da Loja Perpétua, de Nápolis.
Como Irmão, como Maçon, Giovanni Ferreti Mastai foi recebido na Loja Fidelidade Germânica.
O Irmão Ferretti nasceu em 1792. Passou dois anos no Chile, servindo como secretário do vigário apostólico Mazzi; foi Arcebispo de Spoleto em 1827, bispo de Imola em 1832 e foi elevado a Cardeal, em 1840, e eleito Papa em 1846.
Confrontando- se as datas, verifica-se que, em 1839, quando o Irmão Ferretti foi fraternalmente recebido na Loja Maçônica na Alemanha, já era Bispo.
 Ascendendo a Papa, Giovanni Ferretti Mastai traiu seu Juramento, feito em Loja Maçônica, com a mão sobre o Livro da Lei e honrou a Maçonaria com o seu ódio, culminando com a publicação, em 08 de dezembro de 1864, do Syllabus, e em que amontoou todas as bulas papais e encíclicas contra a Maçonaria, de que fizera parte.
A Loja Eterna Cadena, filiada à Grande Loja de Palermo, em 26 de março de 1846 considerando o procedimento condenável do Irmão Giovanni, resolveu expulsá-lo como traidor, depois de convocá-lo para defender-se. Sua expulsão foi determinada por Victor Manuel, Rei da Itália e de toda a Península e Grão-Mestre da Maçonaria da Itália, que decretou mais tarde, em 1865 sua expulsão da Ordem por ter excomungado todos os membros da Maçonaria. Sua expulsão pelo Rei italiano e Grão-Mestre foi classificada como Perjuro.
A Igreja Católica sempre tem procurado ocultar este episódio.
Pio IX que tão ferozmente investiu contra os Maçons, sobretudo os da Itália, foi feito prisioneiro em 20 de setembro de 1870, pelos patriotas que lutavam e conquistaram a Unificação Italiana, tendo à frente vários Maçons inclusive, entre eles: Garibaldi, Mazzini, Cavour, Manzoni e outros.
Apesar de feroz inimigo da Maçonaria, que traiu, Pio IX foi tratado com consideração pelos Maçons, seus aprisionadores. Viram nele o antigo Irmão transviado e, embora fosse ele um Perjuro, prevaleceu o Princípio Sagrado de Fraternidade.
Foi belíssima a lição de amor ao próximo, dada pelos Maçons ao Papa Pio IX.
Em conseqüência da bula Syllabus de Pio IX, contra a Maçonaria, é que surgiu no Brasil, a rumorosa Questão dos Bispos, também denominada Questão Epíscopo-maçônica, quando Dom Vital, Bispo de Olinda, e Dom Antonio Macedo, Bispo do Pará, pretenderam que o Syllabus se sobrepusesse às Leis Civis Brasileiras, exigindo que as Irmandades religiosas eliminassem do seu seio os numerosos Maçons católicos que a compunham.
 As Irmandades reagiram e recorreram à Justiça, tendo tido ganho de causa. Os Bispos não acataram a decisão da Justiça.
 Foram julgados e condenados a quatro anos de prisão, com trabalho forçado.
 Um ano e pouco depois o Duque de Caxias, Maçom, então Presidente do Ministério do Segundo Império, anistiou-os.

Caríssimos Irmãos, este é mais um episódio maçônico que deve ser divulgado!  

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

VIGÁRIO BARTOLOMEU – O PADRE MAÇOM

Meus irmãos, em estudo aos assuntos de nossa Ordem, encontrei esse belo exemplo de Maçom.
Que orgulho de ser Maçom.
Abraço; Cid Guimarães.'.

Segue na íntegra como no site


VIGÁRIO BARTOLOMEU – O PADRE MAÇOM
Olinda era centro de elevada cultura humanística. Inegavelmente era a fonte de cultura do Nordeste
Klebber S Nascimento
08.05.2010
Bartolomeu da Rocha Fagundes (filho) – o Vigário Bartolomeu – abrigou durante a vida duas importantes e paradoxais comendas: a de Cavaleiro da Ordem de Cristo outorgada pelo Trono Imperial (influenciada pela Santa Sé) e a de Cavaleiro Kadosch, conquistada ao atingir o Grau 30 da Maçonaria, o último dos Graus Filosóficos, através de uma iniciação. Comendas originárias de Ordens completamente diferentes, porém com características comuns de merecimento: o desprendimento do agraciado para se dedicar inteiramente à defesa dos indefesos – ainda que esses fossem reis ou vagabundos; por seu profundo amor à Pátria. Amor à humanidade. Por sua imaculada honra e absoluta descrição; suprema lealdade (até para os desleais). Combate sem tréguas aos usurpadores dos direitos mínimos do povo (os direitos fundamentais do homem). Imenso amor à Liberdade. Vigário Bartolomeu Fagundes: és honra e glória da nacionalidade brasileira.
Foi assim, filho de maçom, sacerdote, político e maçom. Bartolomeu da Rocha Fagundes nasceu em 8 de setembro de 1815, em Vila Flor, depois município de Canguaretama, na Província do Rio Grande do Norte. Ainda na adolescência veio com os pais residir na cidade de Natal em virtude de transferência do Cartório gerido por sei pai, tabelião  Bartolomeu da Rocha Fernandes (o Velho). Concluído o curso primário, o jovem Bartolomeu foi para Olinda, Pernambuco, estudar no grandioso Seminário local.
Olinda era centro de elevada cultura humanística. Inegavelmente era a fonte de cultura do nordeste. Para lá migraram nomes do cenário nacional.
O percurso entre natal e Olinda em “lombo de mula” levava cerca de uma semana, atravessando praias, areias, dunas e demais óbices inerentes à região, com pernoites, às vezes, em precários acampamentos artesanalmente montados.
Correm os anos e em 1839 o jovem Bartolomeu recebe as ordens de presbítero pelas mãos do bispo diocesano de Olinda e segue para a sua paróquia natal (Vila Flor) onde reza a sua primeira missa. Mas foi na Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, em Natal, que exerceu seu magistério, onde em 20 de novembro de 1834 foi nomeado Vigário Colado, após aprovação em concurso. Aí trabalhou, lutou e envelheceu, no ministério sagrado.
Na política, pertenceu ao Partido Liberal; exerceu o mandato de deputado provincial por quatro biênios. Como 6º Vice-Presidente da Província do Rio Grande do Norte, assumiu, por pequeno período, o Governo.
Foi presidente, em 1856, da Comissão de Socorros, na epidemia do cólera morbus. Militou  no jornal O Liberal do Norte ( O Liberal ) onde defendeu assuntos relativos à reforma eleitoral, à independência do poder espiritual e do poder civil (Igreja e Estado). A oposição era veemente através do Partido Conservador.
Os movimento políticos vinham sendo planejados e discutidos dentro das Lojas Maçônicas e estimulado pelos seus membros. Olinda era um vulcão político. Uma caixa de ressonância do território nacional. Explode a chamada “Questão Religiosa”, envolvendo, entre outros, o bispo de Olinda, D. Vital, jovem e impulsivo. O Vigário já era filiado à Maçonaria pela Loja Conciliação de Recife. Depois filiou-se à Loja Natalense, após seu reerguimento (1845). Com a fusão, mais tarde, das Lojas Sigilo Natalense e Fortaleza e União na Loja 21 de Março, o Vigário Bartolomeu tornou-se Benemérito e foi Venerável Mestre em sucessivas eleições, até que, no último mandato, em pleno exercício das funções. Morreu suspenso das “Ordens” sacras, mas com o primeiro malhete de sua Loja na mão.
Justas homenagens prestam-se até hoje, Brasil afora. Em Brasília, em época tão conturbada nos meios maçônicos, foi fundada em 2 de novembro de 1979, a Loja Vigário Bartolomeu Fagundes (nº 16) do Grande Oriente do Distrito Federal, hoje sob o nº 2312, Federada ao Grande Oriente do Brasil. A data coincide com a de seu óbito (2/11/1877) para tornar mais autêntica a homenagem.
Ir.´. Valfredo  Melo e Souza

--
Cid Guimarães.'.
M.'.M.'.
Calixto Nóbrega-15 Or.'. Sousa-PB
R.'.E.'.A.'.A.'.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A IMPORTÂNCIA DA MULHER PARA A MAÇONARIA

A base da Instituição Maçônica é a fraternidade, por isso reúne os homens em suas Lojas, nas quais reinam a moral, a tolerância e a solidariedade. Porém, a Maçonaria também dedica à família o melhor de suas atenções. E embora a mulher não participe diretamente dos trabalhos maçônicos, não se pode dizer que não lhes presta a sua colaboração, pois, enquanto os maridos se dedicam aos trabalhos da Loja, as esposas se constituem em guardiãs do lar e dos filhos.

Portanto, sob o critério filosófico, a Maçonaria destina-se tanto ao homem como à mulher, complementos que são um do outro e destinados como estão a constituir a família como base celular de uma sociedade bem organizada. "Por isso, um homem deixa seu pai e sua mãe, e se une à sua mulher, e eles dois se tornam uma só carne". (Gn, 2:24).

Os Maçons tributam, portanto, à mulher não somente o respeito que ela merece como mãe, esposa, irmã e filha, mas também pela admiração a que tem direito por ser o ornamento da humanidade, na qual tem exercido um grande papel civilizador e propulsor do progresso dos povos.

Para os maçons, a mulher é a Deusa do lar, é aquela que reúne a família em torno de si, que auxilia o marido, ocupando-se das tarefas do lar e da educação moral dos filhos, a fim de torná-los dignos de serem os homens de amanhã, inspirando-lhes aqueles sentimentos de afetividade e de moral sobre os quais assenta a sociedade. "A mulher sábia constrói o seu lar; a insensata o destrói com as próprias mãos". (Juízes; 14:1).

De fato, não é nas escolas que as crianças aprenderão a sentir o calor dos bons sentimentos. Não é apenas nas escolas que se irá formar o seu caráter e aonde irão aprender a se considerarem irmãos entre sí. É ao lar que esta tarefa cabe exclusivamente, e ela só poderá ser desempenhada pela mulher. "Casa e patrimônio são herança dos pais, e mulher de bom senso é dom de Deus". (Juízes, 31:10).

Depois de DEUS, o único ser onipotente, em nossas vidas é a mulher. Nascemos do útero de uma, morreremos nos braços de outra. Entre um evento e outro, em nome delas construímos a civilização e seus destinos. Nunca chegamos a compreendê-las. A natureza, para nosso alívio, nos poupou dessa missão impossível: cabe-nos apenas amá-las e respeitá-las.

Fui criado dentro da mística machista. Mas confesso que, através da vida, nunca presenciei nenhum fato que me provasse ser o homem realmente o sexo forte. Na escola, do primário à universidade, os primeiros dez (10) lugares da classe, em nota, invariavelmente pertenciam às mulheres.

Pertenço à geração que assistiu à ascensão da mulher no mercado de trabalho. Dói-nos reconhecer, mas o fato é que elas são mais eficientes, esforçadas e determinadas do que nós. Pobre do executivo que, em uma reunião de negócios, topa pela frente com um interlocutor do sexo feminino. A luta é desigual. Quando não nos fulmina com argumentação melhor fundamentada, tratam de derreter nossa intransigência com um simples sorriso. Isso para não citar o extremo e desleal recurso da lágrima, sem dúvida a mais poderoso força hidráulica criada pela humanidade. Apesar de sua inegável superioridade, ainda lhes reservamos, nas organizações, funções quase exclusivamente subalternas.

Se, aos poucos, vão nos superando no campo profissional, desde sempre nos suplantaram na política de vida. São biológica e afetivamente mais resistentes do que o homem: vivem mais tempo do que nós e são capazes de viver sem nós. Quem nos dera poder afirmar o mesmo!

A arena onde os dois sexos medem forças é o matrimônio. O homem o procura em busca de carinho e sentido para a vida. A mulher procura nessa aliança o ninho seguro para criar seus filhos; obviamente, o poder de barganha do homem é muito menos. Acabam restando, nos dias atuais, três tipos de casamento: aqueles que não dão certo; aqueles que a mulher manda e aqueles em que o homem pensa que manda...

A mulher concebe, homem não. E aí esta fundamentalmente, a diferença. DEUS delegou a elas o Dom de reproduzir a vida. E nós nunca as perdoamos por isso. Através dos séculos, as flagelamos, as dominamos, as submetemos justamente para que, dessa forma, pudéssemos camuflar a nossa revolta, a nossa frustração, o nosso inconsciente sentimento de inferioridade. Impusemos a sua virgindade, exigimos a sua exclusividade, trancamo-las, a sete chaves, em nossos castelos. Elas, mais seguras, nunca nos reivindicam nada disso. As mulheres multiplicam a vida, os homens só possuem a sua. "A graça é enganadora e a beleza é passageira, mas a mulher que tem a DEUS merece louvor". (Juízes, 31:30).

A mulher acima de tudo, é MÃE. E não há palavra mais bela, mais suave e mais plena de conteúdo que lábios humanos sejam capazes de pronunciar; ao mesmo tempo pequena e imensa, significa o consolo da aflição, a luz na desesperança, a força na derrota; é o peito onde reclinamos nossa cabeça, a mãe que nos abençoa, o olho que nos protege.

Quer o destino que nossas MÃES cruzem os portões do infinito antes que nós o façamos. E assim, por sabedoria de DEUS, aprendemos a transferir todo o seu significado para nossas mulheres, que são mães de nossos filhos, e para nossas filhas que serão mães de nossos netos. Este é o sentido de nossa existência.

A mulher para nós, MAÇONS, é a maior estrela brilhante neste universo. Tanto é verdade que, quando iniciamos na Ordem Maçônica, nos é entregue dois pares de luvas brancas, sendo um par para nosso uso e o outro para a mulher que mais estimamos. As luvas, na Maçonaria, é símbolo de pureza e de candura e também de inocência. Por isso as luvas devem ser brancas. Usadas pelo homem, devem relembrar-lhe a mansidão e a pureza a que esta obrigado, e aquelas entregues à mulher simbolizam que o Maçom deve ter consideração pelo belo sexo, presenteando-as não à mulher que mais ama, mas aquela que considera mais digna de ser amada. Sem dúvida alguma, a mulher é tudo para nós.
* trabalho publicado na edição nº 195 da Revista "A TROLHA", de Janeiro 2003

Francisco Carlos Silva Torrent,

M.'.M.'., A.'.R.'.L.'.S.'. Fraternidade Riobranquense, Visconde do Rio Branco (MG) - Brasil.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

PRAZER EM CONHEECÊ-LO, EU SOU MAÇOM.

 
“... do momento em que todos os ponteiros do relógio encontrarem-se em seu ponto mais alto, até completar-se o ciclo que os levará a mesma posição, os homens livres e de bons costumes estarão de pé e a ordem”.
(Um irmão chamado Joseph Smith – Cesóstre Guimarães de Oliveira)


É comum às pessoas leigas e até mesmo a alguns outros que se dizem bem informados, afirmarem que a Maçonaria é uma organização religiosa. Ao longo de meus dias tenho presenciado líderes dos vários seguimentos da fé, agindo de forma contraditória ao bom senso, e tudo, segundo eles em defesa de suas crenças. Na verdade, estas pessoas agem motivadas unicamente pela ignorância, que a partir de suas idéias e interpretações geram toda esta celeuma de conflitos (Téo) ideológicos, onde homens (e mulheres), que se julgam detentores totalitários da verdade, patrocinam o preconceito ainda hoje existente contra nós maçons.
Embora nós maçons sempre estejamos a afirmar que Maçonaria não é religião (e não tem nenhuma pretensão de ser), facilmente podemos encontrar uma dúzia daqueles que estão havidos por nos rotular como mais um seguimento religioso. Existem também aqueles mais afoitos, que vão além, e nos rotulam de “seita” no sentido mais pejorativo da expressão. Em nossa defesa repito aquilo que já vem sendo dito ha muito tempo por todos os maçons, somos religiosos, mais não uma religião. Quando um candidato trilha os caminhos da iniciação é requerido a ele, como demonstração de sua religiosidade que deposite sua confiança em Deus.
Nós maçons ao nos referirmos ao criador de tudo optamos por usar o título de Grande Arquiteto do Universo, pensamos assim estar respeitando a divindade que cada ser humano cultua, quando um cristão se refere ao Grande Arquiteto do Universo tão somente ele estar a fazer referencia ao Deus cristão, da mesma forma age o seguidor do islamismo ou de qualquer outro seguimento da fé.
Quando confundem nossa religiosidade com religião, não se apercebem que não somos mais religiosos do que o Rotary Clube ou qualquer outra organização social. Embora os nossos rituais em alguns momentos façam referencias ao espiritual, nossas práticas não criam ou tentam explicar dogmas que possam vir a caracterizar uma religião. Não somos partidários de nenhuma fé, e respeitamos a todas. Nunca discutimos religião ou abordamos qualquer outro tema que venha a gerar conflitos em nossas reuniões, cada maçom é livre para arbitrar sobre suas decisões políticas e/ou religiosas sem as trazer para dentro de nossos templos, isto nos permite conviver de forma pacifica. No entanto é fundamental para Maçonaria que cada homem ao ser iniciado professe sua crença no Ser Supremo.
Ao receber um candidato, esperamos que o mesmo seja um individuo moralmente limpo e puro, respeitamos a sua fé e nunca a questionamos, inclusive cada iniciado assume seus compromissos com a fraternidade maçônica, com a lei e com a justiça tendo sua mão sobre o Livro Sagrado da fé que professa (em meu caso fiz meus juramentos sobre o Livro de Mórmon), este respeito que constantemente a maçonaria tem demonstrado pela fé do iniciando é que nos permite assumir nossos compromissos e trilhar os passos de um dedicado maçom.
Aqueles que vêem na maçonaria uma religião secreta, mais uma vez agem motivados pelo “achismo” de alguns escritores maldosos que com freqüência distorcem a verdade visando vender sua mercadoria que é a mentira e a injuria. Rebatendo as afirmações fantasiosas que nos acusam de sermos secretos, lembro a aqueles que assim pensam que todos os nossos templos têm endereços reconhecidos pela comunidade, temos adesivos em nossos automóveis que nos identificam facilmente, qualquer leigo reconhece o esquadro e o compasso como símbolos da maçonaria onde quer que eles estejam colocados, estes que são os símbolos mais comuns usados por nós maçons, estão em nossas gravatas, broches, prendedores de gravatas, brincos de nossas esposas, relógios, etc.
Como podemos ser secretos se todos sabem onde estamos, em que dia e hora nos reunimos? A estes eu digo, que somos sigilosos, preservamos coisas que para nós tem valores que transcendem os valores aplicados aos metais, neste ponto não diferimos dos primeiros cristãos quando preservavam dos olhares curiosos rituais que hoje são rotineiros a qualquer pessoa. Antes de nos acusar de adoradores do maligno, e inimigos de Deus, as pessoas deveriam nos conhecer melhor, afinal somos todos pessoas devotadas às religiões. Para ratificar o que digo, reclamo como testemunha de nossas benfeitorias em prol da humanidade, os vários líderes religiosos que cá também ingressaram. Entre tantos posso citar Joseph Smith Junior (meu irmão de fé, precursor do mormonismo), Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo (o Padre Mororó), Charles Taze Russell (fundador das Testemunhas de Jeová), existem muitos outros, inclusive na atualidade, mais não os citarei aqui, citei estes somente para exemplificar que nada justifica o preconceito do qual temos sido vitimas por parte de alguns religiosos, e também para ilustrar o porquê da necessidade de tomarmos tanto cuidado ao admitirmos um novo membro, já que apenas buscamos homens íntegros, e que coloquem os interesses da humanidade acima dos interesses pessoais, somos filantropos, a caridade é nosso lema, nossa existência se resume em fazer justiça, levantar templos a virtude e enterrar nas masmorras da vida o vício que tantos têm aprisionado.
Somos todos homens de caridade, mais lembro que fazer caridade é algo que vai além da vontade ou de um sentimento bom, envolve gastos e isto requer dinheiro, não podemos dizer a alguém que tem fome somente algumas boas palavras e com isto pensar que saciamos todas as suas necessidades. Em função dos elevadíssimos custos da verdadeira caridade nenhum candidato precisa ser rico para ser iniciado maçom, mas, o neófito deve ter condições financeiras para honrar os compromissos gerados a partir de sua iniciação como também para ocasionalmente participar de ações sociais filantrópicas que são tão comuns aos maçons, sem com isto privar sua família de ter suas necessidades básicas atendidas. Por tudo isto é que digo; PRAZER EM CONHEECÊ-LO, EU SOU MAÇOM.
Cesóstre Guimarães de Oliveira
M\M\
Loja Maçônica Humanidade e Concórdia nº 2851
GOB no Maranhão

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O PAINEL DO APRENDIZ




Quando nos deparamos com o Painel do Aprendiz, percebemos de imediato que se trata da representação ideal de uma Loja Maçônica, com todos os elevados conhecimentos e instrumentos de trabalho que compõem o Grau de Aprendiz Maçom, que nos remetem aos tempos da Maçonaria Operativa e da construção dos Grandes Templos da Humanidade, como o Templo de Salomão.

Herdamos, desta forma, o antigo conhecimento dos nossos antepassados operativos através dos símbolos de sua ciência secreta e de sua magnífica arte de construir, que hoje orientam a Maçonaria especulativa e filosófica.

Apesar de sermos hoje uma Sociedade de Livres-Pensadores em busca da Virtude, da Verdade e da Perfeição, somos todavia e acima de tudo pedreiros e, os símbolos que herdamos de nossos antepassados ainda constituem o corpo e a alma de nossa Sublime Ordem: cada símbolo constante no Painel do Aprendiz tem uma profunda e universal significação, muito mais eloqüente que palavras, muito mais antiga que qualquer filosofia. Toda Loja, portanto, é um Templo como um todo e, em seus detalhes, simbólica, fruto da observação da Natureza, que forneceu ao homem o modelo para os primeiros templos erigidos à Divindade.

A organização do Templo de Salomão, os ornamentos simbólicos que representaram seus principais adornos, tudo isto tinha por referência o Universo, assim como o era compreendido pelos mais altos iniciados da Antiguidade.

O próprio conceito “Maçonaria” é simbólico. A semelhança do desenvolvimento do caráter humano e da evolução espiritual através do simbolismo da arte de construir e do desbastar a Pedra Bruta é um antigo símile encontrado em várias culturas ancestrais. Ignorar tais ensinamentos seria ignorar o próprio fim de nossos trabalhos e esforços. Buscar impor definições a cada um dos símbolos constantes do Painel seria talvez uma ofensa a toda a grandiosidade de nossas instruções, bem como uma ofensa ao Livre-Pensamento que defendemos, pois facilmente poderia se resvalar à escuridão do dogma e das verdades absolutas. Entretanto, é cediço que toda ciência tem seus símbolos e que muitas vezes eles falam por si sós; mas a transmissão de conhecimentos através da linguagem é também indispensável para o nosso desenvolvimento. Muitas vezes os Mestres nos falam em suas instruções, mas nunca para explicar ou desvendar tais símbolos e sim, para apenas nos guiar em busca da verdade encerrada em seus significados.

Assim, o Painel do Aprendiz é a síntese esotérica, histórica e filosófica do Primeiro Grau; É o mistério que esteve escondido dos séculos e das gerações profanas, sendo o elo de ligação entre os três estados do tempo: o passado, representado pela lembrança de nossos antepassados operativos e seus avançados conhecimentos científicos; o presente, pelo nosso trabalho árduo e diário para a construção de um edifício moral sólido e também para conciliar o conhecimento das gerações passadas com a geração atual em nossas Oficinas, e, por fim, o futuro, representado pelos mais elevados ideais humanos que a Maçonaria se propõe a guiar com sua Luz e seus ensinamentos.

Todos os instrumentos de Trabalho do Aprendiz Maçom são ilustrações, pois, de instrumentos de transformação da Natureza e do meio-ambiente. Isto em sua abordagem absolutamente material e profana. Por outro lado, são elementos que através do estudo e da meditação nos levam às transformações morais e espirituais. Alguns, por sua natureza, pedem para o seu desenvolvimento, a Força. Outros, mais precisos e delicados, requerem Sabedoria e Conhecimento para o seu correto manuseio.

Entretanto, todos estes artefatos, nos conduzem através do esforço e dedicação à Beleza e à Perfeição, representando o Homem que, em sua caminhada, saiu das cavernas escuras de sua natureza original, rude e grosseira, para habitar os Templos iluminados, simétricos e harmônicos da eterna e sagrada Ciência Maçônica.



Mohamad Ghaleb Birani, A:.M:.
A:.R:.L:.S:. Octacílio Schüler Sobrinho n.º 105, Oriente de Águas Mornas/SC, Brasil

domingo, 23 de janeiro de 2011

A IMPORTÂNCIA DO PENSAR E CONHECER-SE NA MAÇONARIA

O Ser humano distingue-se dos demais animais pela capacidade de processamento de informações através do ato de pensar.

Pensar é formar idéias na mente, é imaginar, considerar ou descobrir. O filósofo René Descartes disse: “com a palavra pensar entendo tudo o que sucede em nós, de tal modo que o percebemos imediatamente por nós mesmos: portanto, não só entender, querer, imaginar, e sim também sentir é o mesmo que pensar”. Pensar estabelece relações, as conceitua e encontra um significado para elas. Formar relações entre vários conceitos é julgar. Estabelecer o significado de vários conceitos é raciocinar. Assim o ato de pensar implica três funções básicas: conceituar, julgar e raciocinar.

O pensador mexicano Antônio Caso dizia: "liberdade é pensamento. Pensamento é liberdade. Na essência do pensar está a autonomia." Partindo dessa última definição de que na essência do pensar está a autonomia, na Maçonaria o ato de pensar está diretamente ligado ao postulado da Liberdade. Liberdade para desenvolver seus conceitos a partir dos ensinamentos recebidos, porque somos livres e autônomos para falar e assumir posições, sem afastar-nos da filosofia maçônica e de seus princípios.

Filosoficamente, a Maçonaria mostra ao homem-maçom que ele tem um compromisso consigo mesmo, com o seu pensar, o que fazer de sua própria existência. Pois, quando o homem prescinde de si mesmo, de seus deveres, quando o homem abre mão da sua liberdade, da quantificação do seu Eu, quando o homem esquece de si próprio, está a negar-se como Ser.

Como a intenção desta prancha não é a de aprofundar a busca filosófica da arte real, vamos ao objetivo do pensar e o conhecer-se na Maçonaria, especialmente ao Primeiro Grau.

O Primeiro Grau se estereotipa no “conhece-te a ti mesmo”, divisa escolhida por Sócrates. O grande pensador ensina ao maçom-aprendiz que a primeira coisa a fazer é aprender a pensar. Aprendendo a pensar aprende-se a conhecer, a discernir, a falar. Aprendendo a pensar encontraremos, sem dúvida, meios e modos que facilitam a busca, a procura, a investigação, o ponto de chegada.

Assim, nesse vai-e-vem do pensar, nesse vai-e-vem da busca, o Aprendiz, introspectivamente, passará a conhecer-se melhor.

Conhecer é descobrir o Ser. Assim para o aprendiz, o descobrimento do Ser é o auto conhecimento e deve levá-lo à introspeção, à análise da sua forma de vida antes da iniciação. Estabelecendo a partir de então os limites entre o profano e o iniciado, corrigindo as eventuais falhas de construção de seu edifício, passando a pensar e agir dentro dos limites estabelecidos, que pode significar simbolicamente o nascimento do novo Ser.

O Maçom estará pronto para a busca dos conhecimentos da Ordem a partir do auto conhecimento e da “morte” dos resquícios contrários à filosofia maçônica inerentes ao profano.

“Conhece-te a ti mesmo” nos leva à conclusão de que se não praticarmos o conhecimento de nós mesmos, se não nos propusermos a esmiuçar o nosso espírito com o objetivo de melhorá-lo, com a intenção de aperfeiçoar nosso intelecto, não projetaremos em nós uma melhoria moral, não conseguiremos desbastar a Pedra Bruta. O Primeiro Grau é onde utilizamos com maior propriedade os sentidos da visão e da audição. Com eles desenvolvemos o Pensar, estabelecemos relações e comparações que formarão os alicerces do desenvolvimento e nos ajudarão nos passos seguintes da caminhada. Lembrando que todos iniciamos na Ordem pela coluna do Sul, no primeiro grau, e cada um tem seu momento de despertar, porque não existe prazo determinado para o seguimento da jornada. O que deve acontecer é a maturação do iniciado, uma etapa de cada vez, um degrau após o outro, e mesmo assim sem jamais deixar de ser Aprendiz, sem jamais deixar de utilizar os sentidos da visão e da audição com sabedoria. Cada degrau da escada de Jacob inexiste sozinho, ele sempre será o resultado do somatório do conhecimento adquirido nos degraus anteriores.

Pratique o Pensar para conhecer-se, para então buscar o diferencial, a formatação do novo Eu através do conhecimento, para a transformação, para o renascimento, para a prática da verdadeira maçonaria.

A intenção desta prancha é a de incentivar os irmãos para o Pensar, o conhecer-se, que é na minha opinião a primeira grande instrução do grau, para então desbravar, investigar a verdade através da leitura, da interpretação dos símbolos e alegorias, e da troca de experiências com os outros irmãos.


Gilson Alves, M.’. M.’.
Instrução apresentada em Sessão Grau 1 – 25 de maio de 2006. A .’. R.’. L.’. S.’. Plácido de Castro, Brasil.